Gosto de tradições, sempre achei que são elas que mantém acessas as nossas origens. Cada vez mais há tradições que se vão perdendo, e esta é uma delas, é também uma das que mais gosto e que mais recordações me traz!
Lembro-me desde muito pequena, de ir pedir os bolinhos no dia 1 de Novembro, dia de todos os Santos. Mas é engraçado que só me recordo de ir pedir os bolinhos na aldeia dos meus país. Em Lisboa nunca pedi, nem nunca vi ninguém pedir.
Recordo-me de muitos episódios vividos nesse dia, com o irmão e primos, acordávamos bem cedo e íamos felizes de porta em porta (com frio e gelo, às vezes a chover) pedir os bolinhos a todos os que moravam ou iam de propósito à aldeia passar o feriado.
Percorríamos toda a aldeia, à porta de cada casa chamávamos os moradores dizendo com toda a força que tínhamos: "Ó bolinhos, bolinhos, em louvor de todos os Santinhos!"
Depois apareciam as pessoas, com um cestinho de moedas perguntavam-nos: "É para quantos?"
Está pergunta era para saberem se estávamos a pedir só para nós próprios ou também para algum irmão, que fosse pequeno de mais para pedir por ele. Individualmente recebíamos uma moedita para dentro do nosso saquinho de pano, por vezes também éramos presenteados com bolos ou bolachas...havia também algumas pessoas que davam romãs e tremoços!
Agradecíamos: "Seja em louvor de todos os santinhos" e lá nos respondiam "Pois seja!" E seguíamos a correr por caminhos inclinados até à próxima casa.
Está tradição de pedir era só para crianças pequenas... lembro-me que a última vez que pedi devia ter uns 10 anos... a partir dai já era muito velha. :)
Este ano já vou iniciar o R. nessas andanças, esperando que se divirta tanto como eu me divertia.
Com o aproximar do fim do dia já só penso nestas mini-férias de 4 dias . Sim, tenho como lema que tudo o que ultrapasse os dois dias de descanso já são férias... e este feriado à 3ª feira vai saber tão bem!!!
Não, não é um erro ortográfico, foi o que o meu principezinho ontem a noite se lembrou de me dizer!
Nem tive coragem de o corrigir, achei tão engraçado e querido, que deixei de lado o português e aproveitei o abracinho que me dava enquanto o deitava e dizia que era a sua "herói".
Sabem aquela pessoa que quando se incomodo com alguma coisa, diz o que pensa e não se preocupa mais com isso? Sabem aquela pessoa que quando erra, por maior ou menor que possa ser o erro, pede logo desculpa... ora essa pessoa sou eu, sou assim em quase todos os aspectos da minha vida... não guardo rancores com ninguém, mesmo que as vezes algumas pessoas até possam merecer!
Tento ser assim com a minha família, com os meus amigos, com os colegas, no trabalho... mas desde que tenho o R. nem sempre tenho conseguido ter esta postura.
Confesso que me faz muita confusão, que pessoas que lidam diariamente com crianças cometam erros com estes pequenos, e que quando lhes é pedido uma justificação se descartam, como se não fosse nada com elas. Ou pior, justifiquem os seus erros, culpando terceiros, sem assumirem que dentro de um determinado contexto são responsáveis pelo bom e pelo mau que acontece aqueles miúdos.
Sei que quem trabalha com crianças, nem sempre tem a vida facilitada, o trabalho é muito mas não podem deixar de assumir os seus erros, ou as suas falhas, mesmo que pequenas ou que pareça que o que aconteceu em nada vai afectar a criança.
As crianças com a idade do R. estão sempre atentas a tudo, e tudo, mas tudo o que está ou acontece no mundo delas é importante!
Com este tempo sabe bem abrir a refeição com um belo prato de sopa, na realidade seja qual for a estação do ano tenho sempre sopa feita em casa.
Sopa ?! O que para muitos é um castigo para mim é um simples prazer. Aliás foi um hábito que adquiri com a minha mãe, pois na casa dos meus pais sempre houve sopa à refeição.
Uma das minhas sopas preferidas é o caldo verde... faço-o muitas vezes... mas nestas alturas que o tempo está mais fresquinho gosto de acrescentar ao puré alguns ingrediente que não são habituais no caldo verde tradicional.
Faço assim o meu caldo verde diferente... lá em casa todos adoram:
Coloco no lume uma panela com água (aproximadamente 2 litros) e sal (qb). Quando começa a ferver, acrescento, duas cenouras, 200 gr de abóbora, uma batata e duas cebolas, tudo descascado e cortado aos pedaços, junto também cerca de 300 gr de feijão catarino (previamente cozido). Deixo cozer e reduzo a puré, levo novamente ao lume e adiciono as folhas de couve galega cortadas para caldo verde. Junto 2 dl de azeite e deixo levantar fervura por 5 minutos. E está pronto a servir!
Este fim de semana, enquanto passeava pelo centro comercial, à procura de algumas coisas que ainda estão em falta para o aniversário do R., reparo que o Natal está já a chegar e vem com toda a força.
As lojas de decoração, completamente vestidas a rigor, expõem belos cenários natalícios. Os hipermercados já quadruplicaram o espaço dos brinquedos e a publicidade ao natal já está por todo o lado.
Mas se pensarmos bem ainda só estamos em Outubro... não é um bocadinho cedo?
Pelo sim, pelo não, comecem já a fazer o vosso exame de consciência e se necessário sigam o exemplo do Calvin:
Como já havia falado estamos com os preparativos do 3º aniversário do R.
Foi ele que escolheu o tema da festa. Perguntei-lhe que bonecos queria no bolo e como sempre muito decidido respondeu:
"Patrulha Pata"... claro… mas devo dizer que foi uma excelente escolha, porque vai facilitar muito a minha vida! Existem milhares de coisas na Internet e pelo menos para a escolinha já está tudo pensado.
Como não podemos levar bolo de aniversário, vou fazer um bolo falso da Patrulha Pata, a vela vai ser verdadeira e depois de cantarem os parabéns, em vez da fatia de bolo os meninos vão receber estas caixinhas de lápis com o tema da Patrulha Pata.
Levamos uns desenhos para pintarem, umas máscaras e chapéus de aniversário para fazerem...tudo alusivo ao tema.
Para o lanche, como só permitem bolachas, vou pedir para levar mini-bolachas da Patrulha Pata e as tradicionais bolachinhas Maria.
Este fim de semana ver se consigo comprar a base para fazer o bolo... depois mostro!
É verdade regressei à prática de exercício físico... passados alguns anos sem fazer rigorosamente nada... decidi que era a altura certa para voltar... mas estava indecisa entre ginásio ou piscina?
Não... não escolhi comer e dormir... optei por tentar conciliar as duas coisas, mas só depois de estar inscrita pensei... estou tramada... nem um mês aguento!
E não é que aguentei... faz precisamente um mês que comecei com as aulas de hidroginástica e com ginástica de manutenção... sem faltas e sem atrasos... agora sim vou ficar em boa forma.
Conhecem aquela sensação que de um dia para o outro tudo muda?
Acho que todos passamos uma fase que parece que nada vai mudar... é tudo igual todo o santo dia!!!
Pelo menos para mim era, pois nunca fui de grandes aventuras e tinha a minha vida bem organizada... pelo menos até casar... com o casamento parece que tudo mudou... ou melhor aconteceram várias mudanças que "mexeram" na minha rotina e por isso parecia que de um dia para o outro tudo tinha mudado... era tudo novo... uma nova vida!
Explicando melhor, casei em Fevereiro de 2013 e fiquei grávida nesse mesmo mês... logo ai duas grandes e boas mudanças... mas com o casamento também mudei de habitação, mudando também de concelho e de distrito. Mudei os horários, os meus hábitos diários e as minhas obrigações. Até o corpo com todas as transformações da maternidade estava a mudar!
Andei uns tempos meio "perdida"... cansada... não conhecia nada, nem ninguém na minha nova zona de residência (excepto o S. claro)... até apanhar um simples autocarro para Lisboa parecia um filme (pois até o carro se avariou numa manhã antes de ir para o trabalho)... e isto para quem desde cedo sempre se movimentou quase de olhos fechados, quer fosse a pé, de transportes públicos ou de carro.
Vivíamos a 30 km de Lisboa, mas lembro-me que fazíamos tudo em Lisboa... era preciso ir ao médico... vamos a Lisboa, jantar fora... Lisboa, comprar qualquer coisa para casa ou para o nosso futuro bebé... Lisboa!!!
Nunca disse isto a ninguém, mas hoje confesso que cheguei a pensar que tínhamos sido precipitados, que tinha sido um erro comprar casa "tão longe" dos nossos empregos, das nossas famílias, dos nossos amigos!
Neste momento, passados mais de 3 anos desde esta mudança, e fazendo um balanço, acredito que escolhemos bem! Já estamos ambientados, já conhecemos algumas pessoas, os principais locais... já sentimos que pertencemos aquele sitio! O que parecia longe agora parece perto e a rotina já está de volta!
Sei que há quem defenda que a rotina não traz nada de bom, e que até é prejudicial nos relacionamentos, mas eu discordo... acredito sim que há boas rotinas, que nos ajudam a ser mais serenos e tranquilos no nosso dia à dia! E que também há boas mudanças que, apesar de difíceis, trazem para as nossas vidas um novo sentido!
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