A semana passada ficou marcada pela ida da maltinha lá de casa ao dentista.
Já aqui contei a experiência da minha C., quanto ao meu R. teve a sua consulta na passada sexta-feira e foi completamente diferente da irmã.
A última fez que o R. foi ao dentista foi para tirar um dente e tudo correu às mil maravilhas, devia ter uns 7 anitos e portou-se super bem, já desta vez, e cerca de um ano depois, íamos fazer uma limpeza, mas o R. estava irreconhecível, mal entrou no consultório, desceu nele tamanho medo que não parava de falar (e ele é tão mas tão tímido), ele questionava o que era isto, o que era aquilo e para que servia isto, e aquilo... e "aí eu já não quero", "o que é que me vão fazer", e a levantar-se da cadeira para fugir.... aí, um filme, eu já nem sabia bem se me devia rir tal era o desassossego que para ali ia.
No final, quando a dentista acabou, ele abre a boca e começou a contar os dentes... ufa estão todos... e ficou muito mais descansado...
Eu começo a acreditar que enquanto nós adultos vemos o dentista como um profissional médico habilitado, os mais pequenos veem-no como o capitão gancho pronto para atacar...
Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.
Confessem lá (mães e pais deste Mundo) que no dia mundial do sono deveria ficar instituído, por decreto, o direito a 8 horas de sono seguidas... era não era!! Vá 7 horitas já era bem bom!!
Ontem foi dia da C. fazer a primeira visita ao dentista... ela estava tão entusiasmada, mas tão entusiasmada... (parecia a mãe que fica com pele de galinha só de ouvir o barulho da broca).
Mas a minha C. não... estava mesmo feliz... já é uma crescida... por ela a dentista até podia ter arrancado um dente, era da maneira que a fada aparecia lá por casa.
A minha dentista é uma querida (até para mim que já sou adulta... que vergonha... tem muita paciência), levou a C. numa voltinha de carrossel (como ela chamou à cadeira)... subia, descia, inclinava para cima, inclinava para baixo... a miúda fartou-se de rir!!
Já a limpeza... vá, não foi tão divertido (segundo a C.)... mas pronto... correu bem e no fim teve direito a brinquedo e à medalha de mérito: "assim já quero voltar mamã"... vais voltar filha... vais voltar!!
Eu e os miúdos temos o hábito de mensalmente nos deslocarmos à biblioteca para assistir à hora do conto... lá descobrimos livros que de outra maneira talvez nunca entrariam nas nossas vidas, já cheguei a sair de lá e ir direta para o computador pesquisar o dito livro para o comprar.
Ler faz-nos pensar, viajar, sonhar, emocionar, é capaz de nos marcar de tal forma que nos faz sorrir ou chorar, desta vez houve um com o qual não consegui conter as lágrimas, por ser tão atual e por nos transmitir uma mensagem tão bela de esperança, trata-se do livro "O PRINCÍPIO" de Paula Carballeira e Sonja Danowski da editora Kalandraka.
A história fez-me vir as lágrimas aos olhos, fala sobre o fim da guerra, sobre a união de uma família, sobre o princípio de algo, e as ilustrações são fantásticas, começa assim:
Uma vez houve uma guerra. Quando a guerra acabou, ficámos sem casa. - Não importa - disse a mãe. - Temos um carro. (...)
Aconselho pois retrata mesmo o Princípio, um princípio que tantos vão enfrentar e que outros nunca vão ter.
A minha C. é uma daquelas meninas mesmo menina, sabem? Mesmo fofa, com aquelas covinhas na bochecha, que só apetece agarrar e nunca mais largar.
E é cá uma vaidosa e uma beijoqueira de primeira. Se pudesse andava sempre a pintar os lábios e as unhas.... ai meu Deus... nem sei a quem ela sai!!
No carnaval, como se mascarou de Rapunzel pediu para usar o meu batom, e vá é carnaval e a mamã deixou, então parece que andou a oferecer bejinhos rosa lá pela escolinha.
O principal alvo foi o amiguinho D., que diariamente aproveita a fila do refeitório para roubar um beijinho à minha C., mas no dia de carnaval a história foi outra:
(A versão da pequena C.)
C.: Ó mamã, sabes no carnaval, perguntei ao D. se queria um beijinho.
MS.: E o que é o que o D. respondeu?
C.: Respondeu claro que sim, e eu disse-lhe olha que tenho batooom!! E ele começa a fugir.
E nisso desatamos as duas a rir!!
Digam lá que estas conversas não são um mimo! Ai, a idade dos primeiros beijinhos... eles crescem tão rápido!
E este "mas" prende-se com o facto de não ter participado nessa atividade, mas sim ter sido "usada" nessa atividade?! Confusos?? Eu também fiquei, acreditem!
Na passada terça-feira, dia da mulher, fui "vítima" de uma sessão de team building, sem saber e sinceramente não gostei! Passo a explicar, o meu chefe convidou as mulheres da minha empresa para almoçar, de forma a assinalarmos o dia da mulher, a minha colega fez marcação num restaurante conhecido, propriedade de um chef conhecido, e à hora marcada lá estávamos nós, sentaditas e à espera de usufruir de uma relação agradável onde pudéssemos calmamente conviver, mas começámos a ver que o ambiente não era o habitual, a cirandar pelo espaço havia muitos empregados de mesa e pessoas identificadas como empregados em formação (quando eu digo muitos.... eram mesmo muitos) achámos estranho serem tantos, sem exagerar deviam ser mais empregados em formação, do que clientes no restaurante e olhem que o restaurante estava cheio de clientes!
Todo o almoço cirandaram à volta da mesa... de lá para cá, de cá para lá... o barulho era de tal maneira que nós não conseguíamos falar umas com as outras... só a mim mexeram no meu prato e nos meus talheres mais de três vezes sem termos terminado a refeição, enfim, um almoço que de calmo nada teve.
No final, vieram pedir uma avaliação, questionei se era uma atividade de team building, claro que sim, que mais poderia ser...fomos as cobaias pensei eu... mas podíamos ter sido avisadas disso, certo? A minha colega fez marcação... ninguém referiu isso, quando chegámos... ninguém disse nada, quando acabámos a refeição... pagámos e não houve qualquer preocupação em saber o constrangimento causado aos clientes.
Resultado: uma refeição para esquecer mas uma atividade de team building maravilhosa para os participantes daquela empresa (eram todos colaboradores de uma empresa que vende material de construção, ou seja, com muitíssima experiência em servir à mesa) pois pareciam muito animados!!
Só tenho mais uma coisa a dizer.... para a próxima avisem, tá!!!
Esta é "a" pergunta que se coloca neste momento, não é?
Isto não está fácil minha gente, primeiro veio a pandemia (já lá vão 2 anos), agora parece que o COVID deixou de ter tanta importância, mas não pelos melhores motivos, muito pelo contrário, agora a pandemia foi substituída pela guerra, e se a pandemia era difícil de explicar às nossas crianças o que diremos da guerra?
Se até para nós é difícil de acreditar no que estamos a viver o que diremos dos mais pequenos?
Desde que tudo isto começou tento resguardar os meus filhotes, mas se da C. até tem sido fácil, do meu R., já com 8 anitos é impossível, pois ele sabe tudo.... quase tudo!!! E não é por ver televisão (pois não vejo a frente deles o que quer que seja que se relacione com este conflito), mas sim, pelo que ouve aqui e ali, ao segundo dia de guerra na Ucrânia, íamos no carro e derrepente o R. diz "a avó da A. não tem medo da Guerra" e continua "ela vive na Ucrânia e disse à A. que não tinha medo"... olhei para o meu marido que ia a conduzir, olhei de seguida para o R. que ia sentado no banco de trás e perguntei-lhe o que sabia ele sobre a guerra, ele respondeu aquilo que se sabia nessa altura... que havia guerra na Ucrânia, que tinha sido a Rússia a atacar e que as pessoas da Ucrânia estavam a começar a fugir... mas que a avó da A. não tinha medo, e que ia ficar na lá... nesse momento os meus olhos enchem-se de lágrimas, calei-me por uns segundos e perguntei-lhe se queria fazer alguma pergunta sobre a guerra... e ele quis!!
Falámos sobre isso nesse dia e temos falado sempre que ele quer, quando quer, quando questiona... mas como falar sobre isto com as crianças? Como podem eles controlar as suas emoções, se até para nós adultos está a ser difícil!?!
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