O explorador de livros
Quando mudei de casa e descobri que havia mesmo ali ao virar da esquina uma biblioteca municipal, decidi que tinha que me inscrever. À uns tempos a trás lá fui concretizar o que tinha em mente, confesso-vos que demorei demasiado tempo até o fazer, não por um motivo em especial, mais por comodismo, e porque estamos tão habituados a comprar livros, que por vezes esquecemo-nos que talvez a melhor e mais económica maneira de ler é requisitando um livro numa biblioteca.
Fui com a intenção de me inscrever só a mim e acabei por inscrever também o R., pois perante tal entusiasmo não resisti a fazê-lo. Ele está habituado a livros, desde que nasceu que "convive" com eles, por isso nem sei porque fiquei admirada com aquela reacção.
O primeiro livro dele recebeu-o logo nos primeiros meses de vida, um livro de pano, adequado à idade, oferecido por uma amiga, um livro que guardamos até hoje e que ele ainda gosta de ver, depois desse foi sempre a somar, a nossa estante já tem uma zona dedicada só a literatura infantil e ele adora ir lá e escolher o livro que vamos ler ou que vai levar para a escola.
Para ele receber um livro, é tão bom como receber um brinquedo, fica sempre com um brilho nos olhos quando recebe um novo. E perante isto o que deveria esperar eu quando o rapaz se deparou, não com uma, mas com várias estantes cheias de livros adequadas a idade dele? Claro... um enorme entusiasmo, percorremos aquelas estantes várias vezes (a escolha era difícil), folheamos vários livros e, ainda assim, quando chegou a hora de ir embora ninguém o conseguia tirar dali.
Lá consegui (com muito esforço) convencê-lo a irmos para casa, mas sem antes prometer que, sempre que possível, vamos voltar para que o pequeno explorador possa à vontade explorar os livros que desejar.
Boas leituras,
MS