Novembro cá por casa é sinónimo de presentes, decoração, bolos de aniversário, tchram... ou não fosse o mês em que os meus pequenos fazem anos... os dois bem pertinho um do outro... (até era para ser no mesmo dia, segundo os especialistas) mas a C. decidiu antecipar a coisa e nasceu uns dias antes do previsto... afinal quem é que manda!!!
A C. já fez os 4 anitos e este ano a temática escolhida por ela foi as princesas da Disney.... (já agora, deixo aqui o meu agradecimento ao mundo digital, que é muito útil para estas coisas!!!!) A mamã preparou tudo com muito amor, e valeu a pena, pois quando chegou a casa ela A-DO-ROOO... com muito rosa que é o que ela quer, vestido à princesa e coroa a condizer... enfim uma verdadeira princesa!!!
Mas a parte mais engraçada foi o presente, quem escolheu foi o R., se a mana quer uma festa de princesas nada melhor que oferecer um castelo de princesas para ela brincar. Nesse dia acordou cedíssimo e excitadíssimo para ser ele a dar o presente à irmã, mas quando a C. acorda e ele lhe dá o presente, a conversa entre eles é esta:
C.: Obrigada mano (e vai a correr para o sofá, sem o presente, que ficou no mesmo sitio onde já estava);
R.: (incrédulo) Mas tu não vais abrir, tens que abrir para ver o que é!
C.: Oh mano não sabes que primeiro temos que comer o bolo?!
R.: Ohhh C. mas o bolo é só logo à noite.
C.: Primeiro é o bolo, já disse!
É assim... quem disse que eles não sabem o que querem....
A C. já está super integrada na escolinha, hoje quando entrei e uma das auxiliares a chamou para o colo, ela abriu os braços, olhou para mim e lançou-me um sorriso como quem diz "vai mamã que eu fico bem"!
Confesso que hoje fiquei super descansada, pois aquele choro dos primeiros dias já não existiu, e porque pela primeira vez não a entreguei e sai pé ente pé ou a correr, como se fosse "a fugir à policia".
Na véspera do seu primeiro dia veio-me à memória a entrada e a integração do R. essa sim muito difícil e que durou muito mas muito tempo... todos os dias durante o primeiro ano ficou a chorar e eu saía a chorar, chorava para dentro para não mostrar a ninguém as minhas fraquezas... ninguém imagina o que chorei.
No 2º ano o choro começava em casa e o meu desespero também, mas mais uma vez a minha tristeza de o ter que levar era disfarçada com um sorriso na cara e "segue em frente que atrás vem gente". No 3º ano, as coisas melhoraram, pois apesar de não ir com cara de muitos amigos o R. já não dava grande "espectáculo".
Disseram-me que os rapazes são muito mais difíceis, porque são mais agarrados à mãe, mas na véspera do primeiro dia da C., nem essa ideia me animava e o meu coração já andava aos saltos, e sentia aquele aperto só de imaginar como iria ser com ela.
Mas com ela foi diferente, e não é por não ser "tão agarrada à mãe" é porque cada ser humano tem as suas características, os seus feitios e reage de maneira diferente as situações com que se depara. Pois quando a mãe chega ela é tão agarrada à mãe como o irmão.
E por ai? Ainda se lembram do primeiro dia dos vossos filhotes?
Esta é uma das perguntas mais frequentes que tenho ouvido desde que a C. nasceu, aliás se houvesse um manual para pais de segunda viagem e esse manual tivesse uma parte de perguntas frequentes, essa seria uma das questões a constar com toda a certeza.
E essa questão até é bastante pertinente, pois a chegada de um novo membro traz sempre mudanças nas rotinas familiares e na vida dos seus intervenientes, só é pena é que eu sinto que quem coloca esta pergunta parece estar sempre à espera de ouvir horrores sobre o relacionamento entre os irmãos. E aviso logo que quem está a espera de ouvir horrores fez a pergunta errada à pessoa errada.
Ora isso é tudo muito bonito mas afinal como é o R. com a irmã??? O R. adora a irmã, aliás o R. gosta dela como qualquer irmão mais velho com 4 anos gostaria de um irmão/irmã acabado de nascer. Ele preocupa-se com ela quando ela chora, gosta de ajudar a mãe a mudar a fralda, dar banho, gosta de lhe dar festinhas, de lhe pegar ao colo, de dançar e cantar a frente dela arrancando-lhe um sorriso e uma pequena gargalhada.
Claro que a resposta de quem pergunta é sempre de espanto: "A sério??? Ele não tem ciúmes" e como não acreditam em mim há que tentar certificar com o próprio, "ó R. não tens ciúmes da mana???" e lá tenho eu que intervir explicando que o R. não tem ciúmes, nem tão pouco sabe o que isso é, porque não tem motivo para isso e porque já tem idade para perceber que uma irmã é o melhor "presente" que podia ter e porque o amor que a mãe e o pai lhe davam e dão não foi dividido com a irmã quando ela nasceu mas sim multiplicado pelos dois.
Acredito que daqui uns anos possa haver algumas confusões entre irmãos, o que é normal pois cada um será um ser independente, com os seus gostos e feitios mas também sei que no que depender de mim tudo farei para que tanto o R. como a C. entendam o quanto é bom terem-se um ao outro.
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