Eu e os miúdos temos o hábito de mensalmente nos deslocarmos à biblioteca para assistir à hora do conto... lá descobrimos livros que de outra maneira talvez nunca entrariam nas nossas vidas, já cheguei a sair de lá e ir direta para o computador pesquisar o dito livro para o comprar.
Ler faz-nos pensar, viajar, sonhar, emocionar, é capaz de nos marcar de tal forma que nos faz sorrir ou chorar, desta vez houve um com o qual não consegui conter as lágrimas, por ser tão atual e por nos transmitir uma mensagem tão bela de esperança, trata-se do livro "O PRINCÍPIO" de Paula Carballeira e Sonja Danowski da editora Kalandraka.
A história fez-me vir as lágrimas aos olhos, fala sobre o fim da guerra, sobre a união de uma família, sobre o princípio de algo, e as ilustrações são fantásticas, começa assim:
Uma vez houve uma guerra. Quando a guerra acabou, ficámos sem casa. - Não importa - disse a mãe. - Temos um carro. (...)
Aconselho pois retrata mesmo o Princípio, um princípio que tantos vão enfrentar e que outros nunca vão ter.
O R. desde pequeno que adora ouvir histórias, mas gosta mesmo é de mexer no livro, de o folhear. Eu como mãe tento fomentar esse gosto comprando-lhe sempre que posso novos livros que se adequam à sua idade e levando-o a biblioteca, e temos a sorte desta ficar tão perto da nossa casa que conseguimos ir a pé, e também de terem um programa muito activo na promoção da leitura nas crianças o que nos leva a participar em muitas actividades que realizam.
A própria creche também promove esse gosto, a rotina diária começa sempre pela hora do conto onde as crianças podem levar as histórias que querem que a Educadora leia, claro que o R. adora levar os seus, e de manhã quando lhe digo que está na hora de ir embora corre para a estante onde tem os seus livros para escolher um ou dois.
Também na hora de deitar corre para a estante para escolher o livro que vamos levar para a cama, desde pequeno que temos essa rotina e nunca me lembro dele adormecer a ouvir uma história pois fica com enorme atenção desde a primeira até a última palavra.
Agora está numa fase muito engraçada pois muitas vezes é ele que me conta a história, como já as conhece de cor e salteado, pega no livro e enquanto folheia as páginas olha para as imagens e vai narrando toda a história acrescentando-lhe sempre alguma novidade e alguma magia. É extraordinário ver como consegue criar um mundo imaginário só dele.
Hoje é o dia do livro, e numa sociedade onde cada vez mais os jovens estão sentados horas e horas a frente de um ecrã, é importante não esquecer que a leitura na vida de uma criança ajuda-o, entre outros aspectos, a dar asas à sua imaginação, a desenvolver a sua criatividade, a aumentar o seu vocabulário, a compreender as coisas que acontecem à sua volta, a melhorar a comunicação e aumentar o seu conhecimento.
Lá por casa e no que diz respeito à literatura infantil andamos fãs dos clássicos, histórias que me remetem para a minha infância e que o R. adora (algumas já sabe melhor que eu), mas também de novas histórias cheias de magia, cor e ensinamentos.
Hoje que se assinala o dia do Livro vou deixar uma sugestão, não de um livro, mas de uma editora que conheci nas andanças literárias que tenho tido com o R., a Editora Alfarroba, eles têm livros muito muito giros para as crianças, e não são só as histórias, as próprias ilustrações são excelentes.
Quando mudei de casa e descobri que havia mesmo ali ao virar da esquina uma biblioteca municipal, decidi que tinha que me inscrever. À uns tempos a trás lá fui concretizar o que tinha em mente, confesso-vos que demorei demasiado tempo até o fazer, não por um motivo em especial, mais por comodismo, e porque estamos tão habituados a comprar livros, que por vezes esquecemo-nos que talvez a melhor e mais económica maneira de ler é requisitando um livro numa biblioteca.
Fui com a intenção de me inscrever só a mim e acabei por inscrever também o R., pois perante tal entusiasmo não resisti a fazê-lo. Ele está habituado a livros, desde que nasceu que "convive" com eles, por isso nem sei porque fiquei admirada com aquela reacção.
O primeiro livro dele recebeu-o logo nos primeiros meses de vida, um livro de pano, adequado à idade, oferecido por uma amiga, um livro que guardamos até hoje e que ele ainda gosta de ver, depois desse foi sempre a somar, a nossa estante já tem uma zona dedicada só a literatura infantil e ele adora ir lá e escolher o livro que vamos ler ou que vai levar para a escola.
Para ele receber um livro, é tão bom como receber um brinquedo, fica sempre com um brilho nos olhos quando recebe um novo. E perante isto o que deveria esperar eu quando o rapaz se deparou, não com uma, mas com várias estantes cheias de livros adequadas a idade dele? Claro... um enorme entusiasmo, percorremos aquelas estantes várias vezes (a escolha era difícil), folheamos vários livros e, ainda assim, quando chegou a hora de ir embora ninguém o conseguia tirar dali.
Lá consegui (com muito esforço) convencê-lo a irmos para casa, mas sem antes prometer que, sempre que possível, vamos voltar para que o pequeno explorador possa à vontade explorar os livros que desejar.
Ora aqui vai mais uma sugestão de actividade para estes dias que antecedem o Natal… que tal umas leituras??? Eu sei que a maioria das crianças ouve uma história antes de adormece, mas não é bem disso que estou a falar, porque não ler uma história animada por si? Escolham um livro ou vários e interpretem… vão ver que vão adorar!
Aqui fica a sugestão de um livro que o R. já ouviu e adorou… uma história um pouco alternativa, mas que se pode enquadrar nesta quadra natalícia.
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